domingo, 29 de maio de 2011

A necessidade de algo mais acabou

  A chuva lá fora só tende a apertar. Meus dedos em suas costas também. O seu pedido por uma massagem foi aceito e eu não tenho o que reclamar. E, para falar a verdade, eu fico sem jeito de te fazer uma massagem calorosa em dias de frio.
  Apesar do frio, você está sem blusa. Sua posição de bruços com o rosto em repouso sobre suas mãos geladas me dão a impressão de que o que faço está te confortando. Seu sorriso inconsciente também é prova do meu trabalho bem sucedido. Mesmo com suas costas em chamas, meus dedos ainda estão gélidos e, ao lhe tocarem, provocam arrepios contínuos pelas costas que correm por toda a espinha. Você ri. Nós rimos. Certos momentos em que pressiono com um pouco mais de força, escuto alguns gemidos bem leves de prazer que me evocam uma sensação prazerosa.
  A chuva já não aperta mais, mas está forte e seus pingos batem com ferocidade no vidro embaçado pelo calor que seu corpo emanou. Isso me dá uma asfixia momentânea, mas eu gosto. Gosto desses momentos em que a cautela é necessária.
  Depois de quinze minutos de um trabalho apaixonante, eu te viro. O arrepio ainda permanece em seu corpo, mas você parece não ligar mais. Me puxa pela nuca e me abraça com amor e com a finalidade de retirar as últimas partículas de gelidão de seu corpo. A chuva pára.


Autor: Lucas Braga

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