domingo, 26 de junho de 2011

Qualquer coisa, ignore

  Não sei como começar a escrever o que sinto. Irei escrevendo de acordo com o que me coração vai me dizendo. E se, por algum acaso, eu falar demais, por favor, ignore.
  Sempre me pergunto qual o nome da sensação de misturar amor com ódio, aquela raiva com felicidade. Tenho mais de cem anos de sentimento em apenas poucos anos de vida. Mas amor não tem idade. Quero saber sobre essa dor amorosa que bate em meu peito e me dá vontade de viver, mesmo que seja chorando ou correndo atrás de alguém.
  Por quê você não sai da minha cabeça? Não importa se estou triste, ocupado ou escrevendo um texto. Você sempre é o motivo de tudo. E para falar a verdade, se não fosse por você, eu não teria nada para fazer da minha vida.
  Não consigo brigar sem me desculpar depois. Não consigo dormir com você sem te perguntar se dormiu bem. Não consigo dizer que te amo sem te olhar nos olhos. Não consigo...
  E por quê estou me desabafando aqui? Pergunte ao meu coração que já não me pertence mais.


Autor: Lucas Braga

terça-feira, 21 de junho de 2011

Paixão

  Já te perguntei quantas vezes me apaixono por você diariamente?
  Eu sei que minhas formas de demonstrar carinho e amor por você não são iguais às suas. Também sei que quando não saem palavras de minha boca, não é por falta de atitude ou sentimento. É simplesmente porque você me deixa sem palavras.
  Cada abraço inesperado que você me dá, cada beijo roubado que você se atreve a me dar, cada "eu te amo" proclamado de forma inusitada (às vezes até imprópria). Isso tudo me apaixona, me faz te querer dentro de mim. Te sentir de verdade como eu nunca pude sentir ninguém.
  Você me provoca calor. Me traz amor. Joga minhas preocupações pela janela e não se dá o trabalho de olhar para baixo depois. Você sabe o que está fazendo.
  Acabei de me apaixonar mais uma vez por você...


Autor: Lucas Braga

segunda-feira, 6 de junho de 2011

A espera

  Nasceu uma energia dela quando olhou pelo olho-mágico. Suas esperanças não foram em vão. Uma vontade incontrolavelmente de pular, porém, se controlou. Desceu da ponta dos pés e abriu a porta com vigor. A cara de espanto misturada com felicidade era quase óbvia. Recebeu-o na sala e sentou-o no sofá. Passaram-se minutos no silêncio.
  Após uma breve conversa muda entre seus olhos e o corpo dele, se acomodou no sofá e sentou sobre os joelhos. Puxou-o ao colo e abraçou seu corpo com ferocidade. Não houve troca de palavras, muito menos de gemidos. Não se passava nada na cabeça dela a não ser a imagem da visita tanta aguardada.
  Despiu-o com cuidado. Seus dedos delicados já tremiam de nervoso e começava a transpirar de forma fria. O coração acelerava e já era possível o escutar de fora.
  Finalmente, depois de tanto tempo de espera, matou sua vontade insaciável.


Autor: Lucas Braga

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Saudade em alto mar

  Me deu uma saudade de dançar com você. As ondas são as únicas a me convidarem para dançar agora. Sinto falta de seu perfume. Só sinto cheiro de peixe e água salgada. O calor do seu abraço me faz falta. Vivo com frio nessa imensidão azul e só tenho a mim para abraçar.
  Não posso me comunicar com você. As cartas que escrevo e coloco nas garrafas, são esquecidas no fundo do mar. Converso com as estrelas todas as noites, mas elas não me respondem. Acho que já esqueci de como se fala, como se ama. Sinto saudade, e nada mais.
  Tenho medo de voltar para você e você não se lembrar de mim. Meu coração ainda pertence à você, nunca deixei de te amar. Se pelo menos você pudesse ler minhas cartas, lembrar de mim, ouvir pelos meus choros todas as noites... Mas não é possível. Talvez eu esteja ficando louco.
  Eu queria estar louco. Eu queria te amar de uma forma que me desse forças para atravessar esse oceano gelado e ter forças para te abraçar. Me deu uma saudade de dançar com você...


Autor: Lucas Braga

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Figuras do meu andar

  O corredor do meu andar é bastante movimentado. Para ser mais preciso, o oitavo andar do meu prédio é o mais movimentado de todos. Não existe muito motivo, pois as famílias que moram nos apartamentos não são tão grandes, tirando uma que possui dois filhos. Acho que dei sorte (ou não) de ter me mudado pra cá há dois anos atrás.
  Desde sempre, encontro pessoas que não me pareciam morar aqui. Na verdade, eu não conheço muita gente, então não posso tirar conclusões precipitadas. Sempre surge uma figura estranha no meu andar. Outro dia, apareceu uma senhora de óculos de fundo de garrafa e uma bengala, meio corcunda de cabelos grisalhos e ralos. Ouvi a senhora bater em dois apartamentos e perguntando pelo seu gato. Não sei desde quando gato anda de elevador, mas tudo bem.
  Quem mais me chamava a atenção no meu andar, é a minha vizinha. Loira, de cabelos ondulados, queimados pelo Sol, de uma estatura, digamos, ideal (para mim de apenas 1,75m). Sempre andava de calça jeans rasgada e óculos escuros. Charmosa até a alma. Um dia veio até minha porta perguntar se eu podia lhe ajudar com um móvel de seu apartamento, e eu, sem pensar duas vezes, fui ajudá-la.
  Hoje em dia ainda encontro umas figuras engraçadas e até medonhas pelo meu andar, elevadores que não param de apitar, gritaria pelo corredor... Porém, estou sempre a rir com minha mulher: Uma loira de cabelos ondulados, queimados pelo Sol, estatura ideal para um cara de 1,75m, que adora usar calça jeans rasgada e que não precisa sair de óculos escuros, pois não borra mais a maquiagem por causa do ex-namorado.


Autor: Lucas Braga