sábado, 2 de julho de 2011

Seis da tarde

  Eu acordo e já são seis da tarde. Não me sinto descansada e muito menos bem. Parece que o álcool de ontem corre pelas minhas veias e minha dignidade ficou vagando pelas ruas.
  Não tenho tempo para tomar um banho e retirar esse cheiro que se impregnou em mim. Eu sou um trapo! Quando me dou conta, já são oito da noite e eu preciso me arrumar para sair. Me arrumo e saio sem falar com ninguém de casa, afinal, ninguém aqui sabe mais que eu existo.
  Chego no bar e já peço o de sempre: Dose dupla de vodka. Isso só para começar a noite (ou tirar o jejum do novo dia). Depois de quatro ou cinco dessas, me jogo no meio das pessoas e começo a puxar assunto como uma louca. É claro que já sou conhecida aqui, vivo fazendo vexame.
  São quatro da manhã e estou acendendo meu décimo cigarro sozinha. Escorrem lágrimas pelo meu rosto e a vontade de ficar de pé já foi dormir. Tudo está embaçado e turvo, não consigo focar minha visão em nada. Vou andando para casa...
  Quando me dou conta, estou no sofá e já são seis da tarde.


Autor: Lucas Braga

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